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DumpCake, Vilma Slomp
Num acidente do acaso, fotografei esta sériecomo inventário de viagem na área rural entre Delhi e Jaipur, na região do Rajastão, noroeste da Índia numa manhã do inverno de 2010.
Dentro do conceito estético da minha percepção e da receptividade busquei no alinhamento das poses, nos movimentos, nos detalhes o destaque das figuras em relação ao espaço.
Mulheres preparam combustível natural – dumpcake - com suas mãos fazendo pelotas que achatam e deixam secar ao sabor do tempo. Este combustível usado para a produção de calor é preparado com matéria orgânica, excremento de vaca, o animal sagrado que representava a mais preciosa riqueza das tribos árias.
Com este esterco seco inodoro, além do fogo para o preparo dos seus alimentos, estes indianosde poucos recursos se protegem dos ventos gelados da cordilheira do Himalaia e também o usam como repelente de mosquitos.
Para armazenar, fazem dezenas de pilhas com cerca de 3 metros de altura no formato de casinhas ou torres e arrematam com excremento mole decorados com desenhos geométricos.
Neste realismo imagético à representação temos a riqueza informativa como espelho da memória social, trazendo o frescor estético da vaidade como um ritual ancestral num cenário paradoxo à nossa cultura.